quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

História de terror - Chaves

Bom dia gente...

Hoje teremos mais uma história de terror para você contar para aquela sua amiga de 16 anos que está louca para ser mãe.

Pra quem não viu a primeira, segue o link: história de terror - para rir
Sentadas?

Vamos lá...

Eu trabalho na empresa dos meus pais. Que fica a uns 40 minutos da minha casa num dia normal... nessas férias estou fazendo em 30 minutos- 33 km. E nessas férias escolares Alice está indo comigo.

Essa parte de trabalhar com os filhos é tema (longo) para outros posts... é uma relação de amor e raiva sem fim.

Continuemos.

Num lindo dia de sol dos infernos de volta do trabalho precisava passar no supermercado... tudo lindo. Fomos cantando Let it Go 4535 vezes no volume máximo.
Fizemos as compras necessárias... preços absurdos mas quem liga? O dia está lindo, Alice de bom humor... e já estamos a caminho de casa para o merecido descanso!

Como ela estava um amor e levemente gripadinha (sou dessas mães que deixa a filha comer reboco de parede, se ela quiser, quando está doente) resolvi toda pimpona comprar uma coxinha pra ela.
Comprei e começou o seguinte dialogo, ainda no estacionamento:

- Filha linda! Mamãe comprou coxinha pra gente comer em casa vendo desenho!!
- Óh não!
- ?????????????? Coxinha filha! Comer vendo D-E-S-E-N-H-O
- ÓOOOOOH Nãooooo mamãe! ( com uma carga dramática enorme!)

Saímos, cantamos mais umas 45 vezes de Let it Go.
Pegamos transitinho.
Chegamos no condomínio.

[ as próximas cenas são da minha rotina diária]

Estacionei (no subsolo), tirei o carrinho dela do porta mala. Peguei as compras. Coloquei o que cabia no cesto embaixo do carrinho. o restante vai no braço mesmo. Peguei o pluto, a Minnie, a coxinha e a bolsa dela e coloquei no ombro. Neste momento eu parecia aquelas pessoas que catam papelão e cacarecos na rua com uma carriola.

Peguei Alice coloquei no carrinho. Fechei a porta com a bunda pq tinha sacolas nas mãos.

Empurra carrinho até o primeiro elevador. Aperta botão com o cotovelo. abre porta com a bunda . Caminha até a torre. Chama elevador 2 com cotovelo- de novo. Chega na porta de casa.
Coloca tudo no chão. Procura a CHAVES na bolsa e vai ser feli... PERAÍ . CADÊ A CHAVE?????????

Neste momento Alice deu uma deitadinha marota no carrinho.

Peguei a bolsa dela e virei no chão do Hall. Gente. Sou daquelas que não consegue levar uma troca de roupa. Na bolsa dela tem 1 troca de roupa para cada estação. Mais uma reserva. duas calcinhas, vai que ela resolve desfraldar no meio do dia? Uma roupa de astronauta, 2 pares de sapatos, 15 laços de cabelo. Escova de cabelo, escova de dente (que ela nunca usou). Remédio para febre, tosse, picada, assadura, tombo, febre aftosa, spray contra zumbis. 6 fraldas. 2 pacotes de lencinhos. Pq vai que um acaba- DEUS ME LIVRE.  2 chupetas reservas. Uma necessarie. Suco, maçã e uva. Meus remédios de dor de cabeça, minha carteira, celular, carregador de celular e minha dignidade.

Virei tudo isso no chão e ainda dei uma espalhada pra ver se a chave não estava escondida dentro de uma meia.

Perguntava pra Alice o que ela tinha feito com a chave. Procurei no carrinho. Na Minnie, no Pluto, dentro do saco de arroz que eu havia acabado de comprar. NÃO É POSSÍVEL!

Alice toda fofa me mandava beijinhos neste momento.

Ai que me deu um flash back daqueles de novela, tudo esbranquiçado. Alice pegando pomada e fralda para trocar a Minnie. Na bolsa.  Minha memória tinha até musiquinha de fundo.
Pulou rápidamente para a cena do estacionamento e do "ó nãoooo".

PUTCHA QUE PAIUUUUUUU A ALICE TIROU A MERDA DA CHAVE DA BOLSA E LARGOU NA EMPRESA.

Marido estava viajando. Em Presidente Prudente q é pertinho. Uns 540 km só.

Vou chamar um chaveiro. Aí lembrei que ele cobra 70 conto para abrir minha porta. Tudo isso porque a chave é tetra e meu marido dá 2 voltas completas.
SIM o cara cobra por volta. - Dona-dá mto trabalho quando tem duas voltas.

OK. Respira Patricia. Liga pro seu pai.as vezes ele consegue abrir ou vem te fazer companhia... sei lá. Isso as 19 hrs da noite.
Pego o celular do chão e ele está sem bateria.

...Strumming my pain with his fingers
Singing my life with his words
Killing me softly with his songs
Killing me softly with his songs
Telling my whole life with his words
Killing me softly with his songs...
E eu agachando lentamente com as costas na parede.
Pára de chorar mulher!!!!!!! Recolhe esse barraco e vamos! (até perdi a formatação do texto aqui)

Catei tudo. desci, coloquei tudo no carro e fui pra casa da minha mãe. Q fica a 25 minutos. 
Alice fazia carinho na minha mão enquanto eu empurrava o carrinho.Comeu a coxinha sozinha me olhando de canto de olho.Só faltou recitar Vinicius de Morais para me acalmar.
Tá fácil não.